Dia 19 de outubro fiz um TREINÃO de 24 horas, correndo num circuito de 1km na Alameda Ricardo Paranhos, em Goiânia (minha cidade). Foi a 2a vez que realizei um treino assim, com a intenção de aproximar a população em geral da ultramaratona, uma vez que a maioria das pessoas só tem contato com o que escrevo, filmo ou fotografo. Decidi também com esse treino, convidar amigos, amantes da corrida e curiosos para verem de perto o que acontece com o corpo, quando levado perto dos seus limites, e permanece por lá durante horas.
Bom, primeiramente foi uma experiência incrível. Correr por 24 horas é sempre um privilégio, ainda mais quando temos uma equipe envolvida com seu resultado, preocupada com sua saúde e totalmente focada na sua integridade física. Só tenho um agradecimento profundo a todos os colaboradores que estiveram no TREINÃO. A equipe de nutricionistas da Dra Aricia Motta (a melhor nutricionista esportiva do Brasil!!!), o preparador físico Romao (Moedor de Carne), a equipe da Academia Atrio (A+ BodyTech!), minha mulher Bianca Badan (que deixou a Laninha, o Luigi e o Luca com minha sogra e foi ajudar durante à noite) e meu irmão Rubens Cerqueira, que ajudou na organização-de-última-hora do evento.
Com toda essa equipe auxiliando, minha obrigação era dar 100% de mim e empurrar minhas pernas durante todo o tempo, percorrendo 160km em 23h35min.
Pra quem gosta dos detalhes, a prova começou às 10h42min de sábado. Comecei os primeiros quilometros fazendos "loops" de 6min/km. Duas horas após o início da prova, o termômetro apitava 41ºC na sombra. Com a umidade por volta dos 80%, eu esperava uma chuva no início da tarde. Ela não veio e com menos de 30km eu já sofria com cãibras nos quadríceps. A Dra Arícia e sua equipe aumentou minha ingestão de sal e potássio e consegui contornar as dores, mas aumentei um pouco meus tempos (7min/km).
No início da noite a chuva veio com tudo. Não dava pra enxergar 2m à minha frente. Mas tive a companhia de 2 amigos, durante quase 2 horas na tempestade. Confesso que fiquei um pouco preocupado com a possibilidade de ter bolhas, mas me precavi usando o BlueSteel, um produto que descobri com amigos corredores da Africa do Sul.
Quando a chuva acabou, quase 4 horas depois, eu já estava sentindo o cansaço e muito sono. Tomei uma cápsula de RocketDyn que possui um pouco de cafeína e logo me senti melhor.
Segui a madrugada com um amigo (Vanderval) que estava comigo no treino desde às 15h00. Andamos a madrugada toda e meu tempo aumentou para 9min/km.
Por volta das 05h00 da manhã senti que era hora de apertar o passo. Voltei a correr e tive o apoio de vários amigos que acordaram de madrugada pra correr comigo (valeu pessoal!!!).
Quando eu havia percorrido 137km senti que daria pra tentar fazer 100 milhas antes das 24hs. Faltavam menos de 3h30 pro final do TREINÃO. Fiz uma massagem rápida e saí com a intenção de só parar quando o desafio terminasse, voltando a fazer 7min/km praticamente até o km 160.
Com o apoio dos amigos, das pessoas que assistiam a prova e dos que estavam correndo comigo, consegui estabelecer minha nova marca (espero que não dure muito tempo!) de 160km.
Foi um ótimo treino para as 24hs do Rio em novembro, bem como uma preparação mental pra Arrowhead 2010. Mal me recuperei do TREINÃO e já começou novamente o ritmo alucinante dos treinos. Mas cada pontada de dor que sinto, cada hora exaustiva de treinamento, cada planilha interminável eu me lembro das 24hs que passei pelo sol, chuva, cansaço e muita camaradagem por parte da comunidade de corredores e amigos. A eles meu muito obrigado. Espero que a determinação e força de vontade que tivemos no TREINÃO sirvam de motivação para as pessoas saírem de sua "zona de conforto" e se aventurarem por quaisquer caminhos que os desafiem.
Blog dedicado à ultramaratonas pelo mundo afora. This blog is dedicated to ultramarathons around the world.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Brazil 135 Ultra
No dia 23 de janeiro último, participei da maior ultramaratona do Brazil, um evento de importância internacional que atraiu quase 80 atletas, representando 8 países.
Contarei minha experiência da prova de 2009 em alguns dias, mas decidi publicar este relato emocionante do ultra-companheiro Dr Seabra.
- - - - - - - - - - - - - - - -
Prezados amigos.
Só hoje (5 dias após) tenho condições emocionais para relatar, sumariamente, a conquista da minha equipe na BR 135.
Terminamos a prova dentro do tempo (60 h) em 56 horas e 50 minutos, sendo o número 34 na linha de chegada.
A corrida começou há cerca de dois anos, quando resolvi participar das primeiras ultramaratonas de 24 horas. Foram treinos constantes e bastantes intensos, culminando com uma média de 200 km por semana.
Além disto fizemos um reconhecimento no local de grande valia, onde pude contar com o apoio de meu filho Bruno.
Posteriormente, partimos para o planejamento da prova e sua logística.
A Rosi, minha mulher (sem sorte), se incorporou ao projeto e tivemos a felicidade de contar com a concordância dos amigos Patrícia e Raul para se fazerem presentes como “pacers” nesta jornada vitoriosa. Este casal é da minha família, apesar de não estarem no rol de herdeiros da minha "fortuna" material.
Há cerca de um mês do evento monstruoso me aparece um esporão logo após as 24 horas do Rio de Janeiro. Fizemos de tudo, mas a solução teve que ser radical: uma infiltração de corticóide na sola do pé.
Parecia que já poderia apurar os treinos, quando, faltando apenas 13 dias para o início da corrida, uma de minhas éguas, que de tão mansa tem o nome de Maria Mole, acerta um coice na minha coxa direita.
Passado o desespero de achar que não poderia competir, volto aos treinos apenas nos últimos seis dias.
Estávamos prontos. Tensos, com alguns receios, mas certos de que nada nos faria parar pelo caminho e que a velocidade prevista para cada trecho poderia ser cumprida.
Na hora da largada, ao início do Hino Nacional, me vejo cercado por vários atletas-heróis e por minha família. Meus filhos Bruno, Kátia (vinda de Natal) e Bárbara, meu neto Marcelinho, minha dedicada esposa e os incansáveis amigos/irmãos Raul e Patrícia. Descambei a chorar que pensei que ia desmaiar sem fazer um só metro de prova.
Finalmente o momento da largada. Foram 217 km de subidas e descidas gigantescas, picos com vistas lindíssimas, rios, pedras rolando perigosamente abaixo de nossos pés, mato, deliciosos cheiros de mato e de bosta fresca. Calor, vento, frio, chuva, gritos de alegria, gemidos de dor, muito macarrão de todos os molhos, águas, suplementos até não mais aguentar, noites de lua nova, sem um raio, a nos ajudar a enfrentar as trevas, o barulho ensurdecedor do silêncio, a alegria de encontrar um parceiro, os gritos de incentivo das outras equipes, a constante solidariedade.
Uma massagem aqui, um alongamento ali, mais uma subida dos infernos, um mineirinho a dizer que a chegada está uns três quilômetros à frente, o seguinte já aumenta para sete e, horas depois, um outro confirma os sete anteriores. Não vamos chegar nunca. Mais uma subida e nada de ver a cidade. Roubaram a cidade, não pode ser tão longe.... De repente, quando todas as nossas forças já se esvaíram, no alto da quadragésima última montanha, surge algo que parece o Paraíso. É Paraisópolis, a agradável cidade que nos acolhe com seu cheiro de pão de queijo e de broa de milho.
Cruzamos a linha de chegada e o chão sai de nossos pés. Flutuamos a procurar nossos amigos, filhos, a mulher franzina que nos arrastara até ali, nossos adversários (?????), não!!!, nunca!!!!, nossos irmãos de glória.
Vemos os incansáveis voluntários e finalmente o casal que nos proporcionara esta ventura, os simpaticíssimos Mário Lacerda e sua Eliane. Estes, meus amigos, são os verdadeiros heróis. Incansáveis, competentes, incansáveis e competentes, incansáveis e várias vezes competentes.
Dor? Nenhuma. Sentimento apenas de gratidão a tudo e a todos que, numa conjugação de fatores que nunca mais irão se repetir, fizeram com que esta equipe também merecesse a honra de levar para a pequena Quatro Barras a medalha de Prata da prova mais difícil do mundo, a camisa de "Finisher" que irá para uma moldura sem jamais ser usada e um diploma que espero manter em meu escritório, encabeçando meu troféus de hipismo e automobilismo, esportes que pratiquei antes de ficar velho.
Assim, amigos, relato, sumarissimamente, o que foram estes dias maravilhosos.
As fotos que estou editando irão lhes dar uma visão de um atleta nas primeiras 48 horas e de um mulambo determinado a cruzar a chegada nas 12 últimas. Sofremos bastante, mas fiz questão de reunir filhos e netos, em meus 60 anos para lhes dizer, correndo pelas montanhas, que só tem valor o que se conquista com sangue, suor e lágrimas (os dois derradeiros derramados em profusão no Caminho da Fé) e que nós somos aquilo que queremos ser.
Lamento a ausência de meu filho Marcelão e da minha linda e meiga neta Mariana, que não puderam vir, mas já combinamos que na minha comemoração dos 120 anos, nas montanhas da Mantiqueira, eles não faltarão.
Não posso deixar de me referir a algumas pessoas em especial e vou chamá-los apenas amigos: Fernando da Naffar - um gentleman, Mônica Otero - a musa da BR 135, Lacerda - o incansável fisioterapeuta e guru da minha idolatrada Jaqueline Terto e um menina fisioterapeuta que acompanhava o grande atleta Gentil e que me fez chegar correndo em Paraisópolis. Esta pessoa iluminada me ajudou tanto e de forma tão espontânea, que sequer nos deu tempo de saber seu nome (sem dúvida saberei e lhe renderei muitas homenagens).
Por enquanto é só.
Agradeço a todos pela corrente positiva e volto a afirmar que todo o mérito desta conquista se deve unicamente à minha equipe: Bruno, Raul, Rosi e Patrícia e ao “doping” de saber que iria encontrar minhas filhas e meu neto nos últimos quilômetros da estafante jornada.
Um ultrabaraço a todos.
Seabra.
Contarei minha experiência da prova de 2009 em alguns dias, mas decidi publicar este relato emocionante do ultra-companheiro Dr Seabra.
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Prezados amigos.
Só hoje (5 dias após) tenho condições emocionais para relatar, sumariamente, a conquista da minha equipe na BR 135.
Terminamos a prova dentro do tempo (60 h) em 56 horas e 50 minutos, sendo o número 34 na linha de chegada.
A corrida começou há cerca de dois anos, quando resolvi participar das primeiras ultramaratonas de 24 horas. Foram treinos constantes e bastantes intensos, culminando com uma média de 200 km por semana.
Além disto fizemos um reconhecimento no local de grande valia, onde pude contar com o apoio de meu filho Bruno.
Posteriormente, partimos para o planejamento da prova e sua logística.
A Rosi, minha mulher (sem sorte), se incorporou ao projeto e tivemos a felicidade de contar com a concordância dos amigos Patrícia e Raul para se fazerem presentes como “pacers” nesta jornada vitoriosa. Este casal é da minha família, apesar de não estarem no rol de herdeiros da minha "fortuna" material.
Há cerca de um mês do evento monstruoso me aparece um esporão logo após as 24 horas do Rio de Janeiro. Fizemos de tudo, mas a solução teve que ser radical: uma infiltração de corticóide na sola do pé.
Parecia que já poderia apurar os treinos, quando, faltando apenas 13 dias para o início da corrida, uma de minhas éguas, que de tão mansa tem o nome de Maria Mole, acerta um coice na minha coxa direita.
Passado o desespero de achar que não poderia competir, volto aos treinos apenas nos últimos seis dias.
Estávamos prontos. Tensos, com alguns receios, mas certos de que nada nos faria parar pelo caminho e que a velocidade prevista para cada trecho poderia ser cumprida.
Na hora da largada, ao início do Hino Nacional, me vejo cercado por vários atletas-heróis e por minha família. Meus filhos Bruno, Kátia (vinda de Natal) e Bárbara, meu neto Marcelinho, minha dedicada esposa e os incansáveis amigos/irmãos Raul e Patrícia. Descambei a chorar que pensei que ia desmaiar sem fazer um só metro de prova.
Finalmente o momento da largada. Foram 217 km de subidas e descidas gigantescas, picos com vistas lindíssimas, rios, pedras rolando perigosamente abaixo de nossos pés, mato, deliciosos cheiros de mato e de bosta fresca. Calor, vento, frio, chuva, gritos de alegria, gemidos de dor, muito macarrão de todos os molhos, águas, suplementos até não mais aguentar, noites de lua nova, sem um raio, a nos ajudar a enfrentar as trevas, o barulho ensurdecedor do silêncio, a alegria de encontrar um parceiro, os gritos de incentivo das outras equipes, a constante solidariedade.
Uma massagem aqui, um alongamento ali, mais uma subida dos infernos, um mineirinho a dizer que a chegada está uns três quilômetros à frente, o seguinte já aumenta para sete e, horas depois, um outro confirma os sete anteriores. Não vamos chegar nunca. Mais uma subida e nada de ver a cidade. Roubaram a cidade, não pode ser tão longe.... De repente, quando todas as nossas forças já se esvaíram, no alto da quadragésima última montanha, surge algo que parece o Paraíso. É Paraisópolis, a agradável cidade que nos acolhe com seu cheiro de pão de queijo e de broa de milho.
Cruzamos a linha de chegada e o chão sai de nossos pés. Flutuamos a procurar nossos amigos, filhos, a mulher franzina que nos arrastara até ali, nossos adversários (?????), não!!!, nunca!!!!, nossos irmãos de glória.
Vemos os incansáveis voluntários e finalmente o casal que nos proporcionara esta ventura, os simpaticíssimos Mário Lacerda e sua Eliane. Estes, meus amigos, são os verdadeiros heróis. Incansáveis, competentes, incansáveis e competentes, incansáveis e várias vezes competentes.
Dor? Nenhuma. Sentimento apenas de gratidão a tudo e a todos que, numa conjugação de fatores que nunca mais irão se repetir, fizeram com que esta equipe também merecesse a honra de levar para a pequena Quatro Barras a medalha de Prata da prova mais difícil do mundo, a camisa de "Finisher" que irá para uma moldura sem jamais ser usada e um diploma que espero manter em meu escritório, encabeçando meu troféus de hipismo e automobilismo, esportes que pratiquei antes de ficar velho.
Assim, amigos, relato, sumarissimamente, o que foram estes dias maravilhosos.
As fotos que estou editando irão lhes dar uma visão de um atleta nas primeiras 48 horas e de um mulambo determinado a cruzar a chegada nas 12 últimas. Sofremos bastante, mas fiz questão de reunir filhos e netos, em meus 60 anos para lhes dizer, correndo pelas montanhas, que só tem valor o que se conquista com sangue, suor e lágrimas (os dois derradeiros derramados em profusão no Caminho da Fé) e que nós somos aquilo que queremos ser.
Lamento a ausência de meu filho Marcelão e da minha linda e meiga neta Mariana, que não puderam vir, mas já combinamos que na minha comemoração dos 120 anos, nas montanhas da Mantiqueira, eles não faltarão.
Não posso deixar de me referir a algumas pessoas em especial e vou chamá-los apenas amigos: Fernando da Naffar - um gentleman, Mônica Otero - a musa da BR 135, Lacerda - o incansável fisioterapeuta e guru da minha idolatrada Jaqueline Terto e um menina fisioterapeuta que acompanhava o grande atleta Gentil e que me fez chegar correndo em Paraisópolis. Esta pessoa iluminada me ajudou tanto e de forma tão espontânea, que sequer nos deu tempo de saber seu nome (sem dúvida saberei e lhe renderei muitas homenagens).
Por enquanto é só.
Agradeço a todos pela corrente positiva e volto a afirmar que todo o mérito desta conquista se deve unicamente à minha equipe: Bruno, Raul, Rosi e Patrícia e ao “doping” de saber que iria encontrar minhas filhas e meu neto nos últimos quilômetros da estafante jornada.
Um ultrabaraço a todos.
Seabra.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Utterli, tudo em um
Acabo de me conectar ao utterli, uma plataforma multiblog, com audio, video e texto, que pode tambem ser acessada via celular. Tudo isso vira uma enorme vantagem quando se estah na rua e acontece algo interessante. Sem nenhum computador por perto, somente com um celular na mao, agora podemos escrever, postar fotos e videos.
Se voce ainda nao conhece, acesse www.utterli.com
Se voce ainda nao conhece, acesse www.utterli.com
Mobile post sent by rodcer using Utterli.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Chegou 2009 / 2009, at last!
Fim de ano é muito difícil pra mim, como atleta. Principalmente por causa das festividades e
comilanças das celebrações do Natal e Ano Novo. Pra completar, dois dos meus três filhos fazem aniverário no final de ano e aí, já viu ne? Brigadeiro, bolo, enfim, uma festa por dezembro todo.
Mas nem só de farra se vive! E já retomei os treinos finais para a Brazil135, a prova mais pedreira que se tem notícia dentro de território brasileiro. São 217km (ou 135 milhas) cruzando as montanhas da Serra da Mantiqueira, sul de Minas Gerais.
Como se não bastasse a distância, a chuva torrencial por causa da época do ano, lama e travessia de rios que inundam de repente, o corredor tem 60 horas pra finalizar a façanha.
Em 2007 foram 11 os guerreiros a finalizar a Brazil135. Em 2008 21. Este ano 63 corredores de 9 países viverão uma fantástica aventura, sobre-humana. Quantos terminarão? Na mais otimista previsão, 40. Na mais pessimista, 20. Dia 23 de janeiro começa a Brazil135, a primeira ultramaratona do ano e também a mais aguardada.
It´s very hard being an athlete at the end of the year, specially for me. Not only because of the Xmas and the Celebrations, but 2 of my 3 kids celebrate birthdays too. Sweets and cakes makes my december a full party. But i cant only celebrate! I already started the Brazil135´s training, the most grueling brazilian ultramarathon. It´s 135 miles crossing the Serra da Mantiqueira´s mountains, southeast of Brazil.
As if the distance was not enough, the pouring rain, mud and flash-floods, the athlete have 60 hours to complete the race. In 2007 only 11 warriors finished. In 2008 21. This year, 63 runners from 9 countries will join an amazing-super-human-adventure. How many will finish? In an optimistic vision, 40. Perhaps 20 for the skepticals. January 23rd will begin the Brazil135, the first and most waited ultramarathon of the year.
comilanças das celebrações do Natal e Ano Novo. Pra completar, dois dos meus três filhos fazem aniverário no final de ano e aí, já viu ne? Brigadeiro, bolo, enfim, uma festa por dezembro todo.
Mas nem só de farra se vive! E já retomei os treinos finais para a Brazil135, a prova mais pedreira que se tem notícia dentro de território brasileiro. São 217km (ou 135 milhas) cruzando as montanhas da Serra da Mantiqueira, sul de Minas Gerais.
Como se não bastasse a distância, a chuva torrencial por causa da época do ano, lama e travessia de rios que inundam de repente, o corredor tem 60 horas pra finalizar a façanha.
Em 2007 foram 11 os guerreiros a finalizar a Brazil135. Em 2008 21. Este ano 63 corredores de 9 países viverão uma fantástica aventura, sobre-humana. Quantos terminarão? Na mais otimista previsão, 40. Na mais pessimista, 20. Dia 23 de janeiro começa a Brazil135, a primeira ultramaratona do ano e também a mais aguardada.
It´s very hard being an athlete at the end of the year, specially for me. Not only because of the Xmas and the Celebrations, but 2 of my 3 kids celebrate birthdays too. Sweets and cakes makes my december a full party. But i cant only celebrate! I already started the Brazil135´s training, the most grueling brazilian ultramarathon. It´s 135 miles crossing the Serra da Mantiqueira´s mountains, southeast of Brazil.
As if the distance was not enough, the pouring rain, mud and flash-floods, the athlete have 60 hours to complete the race. In 2007 only 11 warriors finished. In 2008 21. This year, 63 runners from 9 countries will join an amazing-super-human-adventure. How many will finish? In an optimistic vision, 40. Perhaps 20 for the skepticals. January 23rd will begin the Brazil135, the first and most waited ultramarathon of the year.
domingo, 2 de novembro de 2008
SAHARA RACE 2008 CONQUISTADA!!!!
Ontem, eu e Carlos Dias, fomos os primeiros brasileiros (na categoria masculina) a terminar os 254km da Sahara Race, prova dividida em 6 estagios cruzando a porcao egipcia do maior deserto subtropical do mundo, o Sahara.
Terminei a prova em 49h49min38seg, na 89a colocacao.
Ainda estou no Cairo, de onde saio amanha de madrugada rumo ao Brasil.
Estou realmente muito feliz por ter completado esse desafio, mas confesso que durante alguns estagios da prova, eu simplesmente nao sabia como iria conseguir terminar. Houveram partes dificeis no percurso, mas houveram tambem alguns extremamente exaustivos, onde utilizei todas as minhas forcas pra simplesmente me arrastar.
Correr na areia nao eh para todos. Camelos, talvez, bem como alguns corredores como o sulafricano Ryan Sandes, que ganhou a prova e com quem tive o prazer de ter um papo apos o cafe da manha, de hoje. Em breve publico esta entrevista aqui no blog.
Volto pro Brasil com a medalha no peito e pronto pra o inicio do treinamento para a Brazil135, em janeiro de 2009.
Terminei a prova em 49h49min38seg, na 89a colocacao.
Ainda estou no Cairo, de onde saio amanha de madrugada rumo ao Brasil.
Estou realmente muito feliz por ter completado esse desafio, mas confesso que durante alguns estagios da prova, eu simplesmente nao sabia como iria conseguir terminar. Houveram partes dificeis no percurso, mas houveram tambem alguns extremamente exaustivos, onde utilizei todas as minhas forcas pra simplesmente me arrastar.
Correr na areia nao eh para todos. Camelos, talvez, bem como alguns corredores como o sulafricano Ryan Sandes, que ganhou a prova e com quem tive o prazer de ter um papo apos o cafe da manha, de hoje. Em breve publico esta entrevista aqui no blog.
Volto pro Brasil com a medalha no peito e pronto pra o inicio do treinamento para a Brazil135, em janeiro de 2009.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Revista Lance A+
Estah otima a ultima revista A+, publicacao do diario Lance!
Ha duas reportagens sobre ultramaratonas. Numa delas o
pessoal da A+ mostra em formato de caricaturas, as grandes
provas e grandes atletas, inclusive com o ultra Valmir Nunes.
A outra reportagem eh uma materia sobre meu treino para o
Sahara.
Vah ateh a banca mais proxima e garanta a sua. Ed. 379 da A+
Ha duas reportagens sobre ultramaratonas. Numa delas o
pessoal da A+ mostra em formato de caricaturas, as grandes
provas e grandes atletas, inclusive com o ultra Valmir Nunes.
A outra reportagem eh uma materia sobre meu treino para o
Sahara.
Vah ateh a banca mais proxima e garanta a sua. Ed. 379 da A+
Noticias da Jungle Marathon (Jungle Marathon News)
Acabo de receber o email do Marcio Villar, grande amigo, que estava participando da Jungle Marathon. Resolvi publicar o email do Marcio na integra, pois eh um exemplo de determinacao e disciplina (e um pouco de loucura tambem). O email segue abaixo:
(I just got the email from Marcio Villar, big fella, which was running at Jungle Marathon. I decided to publish the email word by word, because its an example of discipline and determination - and a little bit of crazyness too).
" Rodrigo acabei de chegar da jungle, onde ter minei em 5º lugar e a Jacqueline ganhou no feminino, no 6º dia de corrida a sola doa meus pés descolaram e os últimos 30 KM fiz chorando de dor, para largar na ultima etapa que eram 32 Km na areia de praia a enfermeira costurou a sola do meu pé e o Luiz me deu uma injeção na sola dos 2 pés para ajudar a secar, larguei gritando de dor, corri gemendo o tempo todo, mas queria muito buscar o 3º lugar e fui conseguindo baixar o tempo, porem no Km 15, comecei a urinar sangue e preferi garantir o 5º lugar diminuindo o ritmo."
"Rodrigo, i just finish Jungle Marathon, which i place 5th and Jaqueline Terto WON the female category. At the 6th day of the race my entire feet sole unglued and the last 30km I was crying loud because of the pain. In order to start the last stage, which was 32km at the beach, the nurse sew the sole of my feet and Luiz gave me a shot in the feet to help to dry it out. I started out screaming in pain and ran all the time moaning. But I want so hard to get in the 3rd place that, slowly, I was increasing the speed, but at 15th km i start to pee pure blood and just decided to focus in the 5th place and started to slow down the rithym."
(I just got the email from Marcio Villar, big fella, which was running at Jungle Marathon. I decided to publish the email word by word, because its an example of discipline and determination - and a little bit of crazyness too).
" Rodrigo acabei de chegar da jungle, onde ter minei em 5º lugar e a Jacqueline ganhou no feminino, no 6º dia de corrida a sola doa meus pés descolaram e os últimos 30 KM fiz chorando de dor, para largar na ultima etapa que eram 32 Km na areia de praia a enfermeira costurou a sola do meu pé e o Luiz me deu uma injeção na sola dos 2 pés para ajudar a secar, larguei gritando de dor, corri gemendo o tempo todo, mas queria muito buscar o 3º lugar e fui conseguindo baixar o tempo, porem no Km 15, comecei a urinar sangue e preferi garantir o 5º lugar diminuindo o ritmo."
"Rodrigo, i just finish Jungle Marathon, which i place 5th and Jaqueline Terto WON the female category. At the 6th day of the race my entire feet sole unglued and the last 30km I was crying loud because of the pain. In order to start the last stage, which was 32km at the beach, the nurse sew the sole of my feet and Luiz gave me a shot in the feet to help to dry it out. I started out screaming in pain and ran all the time moaning. But I want so hard to get in the 3rd place that, slowly, I was increasing the speed, but at 15th km i start to pee pure blood and just decided to focus in the 5th place and started to slow down the rithym."
domingo, 12 de outubro de 2008
Marcio Villar e (and) Jaqueline Terto na (in the) Jungle Marathon
Começou dia 10 de outubro a 5a edição da Jungle Marathon, ultramaratona de 100km ou 200km dentro da Floresta Amazônica. Por sua beleza e grande dificuldade, a prova atrai todo ano dezenas de atletas de outros países, que são maioria na corrida. O destaque da prova vai pra Marcio Villar e Jaqueline Terto, cariocas que disputam pela 2a vez a Jungle Marathon. Embora a organização não tenha ainda disponibilizados resultados parciais, já sabemos que Jaqueline está disputando a liderança da prova e Márcio Villar ontem teve de correr como nunca pra se salvar de uma onça que o cercava perto do 2o check point.
Os corredores enfrentaram 3 dos 6 estágios da prova. Lama, calor, humidade e perigos naturais são os maiores desafios de uma das mais incríveis ultramaratonas em florestas do mundo.
It began at october 10th the 5th edition of Jungle Marathon, an ultrarace with 10okm or 200km inside the Amazon Forest. Because of it´s beauty and hardness, this race atracts dozens of runners around the world and they are already the majority. My blog goes to Marcio Villar and Jaqueline Terto, two cariocas which join the race for the second time. Despite of the fact we have no results from the organization so far, we already know that Jaqueline is aiming for the female leadership and Marcio Villar had yesterday to run for his life, after an unexpected Jaguar encounter, near from checkpoint 2.
The runners already finished 3 of 6 stages of Jungle Marathon. Mud, hot weather, humidity and wild life are the biggest challenges of the one of world´s most increadible ultraraces in forest.
Os corredores enfrentaram 3 dos 6 estágios da prova. Lama, calor, humidade e perigos naturais são os maiores desafios de uma das mais incríveis ultramaratonas em florestas do mundo.
It began at october 10th the 5th edition of Jungle Marathon, an ultrarace with 10okm or 200km inside the Amazon Forest. Because of it´s beauty and hardness, this race atracts dozens of runners around the world and they are already the majority. My blog goes to Marcio Villar and Jaqueline Terto, two cariocas which join the race for the second time. Despite of the fact we have no results from the organization so far, we already know that Jaqueline is aiming for the female leadership and Marcio Villar had yesterday to run for his life, after an unexpected Jaguar encounter, near from checkpoint 2.
The runners already finished 3 of 6 stages of Jungle Marathon. Mud, hot weather, humidity and wild life are the biggest challenges of the one of world´s most increadible ultraraces in forest.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
24 horas em esteira/24 hours in Treadmill
Acabou domingo, às 9h00 da manhã o desafio 24horas Mercovida, todo feito em esteiras e um dos primeiros eventos da categoria no Brasil. Conversando com os organizadores do desafio, que trouxeram o ultramaratonista americano Dean Karnazes para participar do evento, ficou claro que este tipo de modalidade tem um enorme apelo de público e mídia.
Dean veio tentar quebrar o recorde mundial de 24hs correndo em esteira que é do brasileiro Luciano Prado (249,64km). Junto com Dean correram o também ultramaratonista Carlos Dias, que utilizou o desafio para encarar sua segunda prova do circuito 4Deserts, a Sahara Race 2008, e várias equipes de revezamento.
Dean teve problemas de estômago durante o desafio, mas segundo ele mesmo "fez o máximo que pôde", terminando as 24hs com 192km.
Sunday 9h00am, it´s finished the 24 hours in Treadmill Mercovida´s Challenge, one of the first races of their kind in Brazil. I spoke with the organizers, which bring the american ultramarathon Dean Karnazes to the race, and it´s obvious that this kind of event has a tremendous media and audience appeal.
Dean came to try break the 24hs treadmill´s world record, which belongs to the brazilian Luciano Prado (249,64km). Running along with Dean there was Carlos Dias, which used the challenge as a training to Sahara Race 2008, and lots of relay teams.
Dean had stomach problems during the challenge, but accordingly himself, "did the maximum effort", finishing the 24hs with 192km.
Dean veio tentar quebrar o recorde mundial de 24hs correndo em esteira que é do brasileiro Luciano Prado (249,64km). Junto com Dean correram o também ultramaratonista Carlos Dias, que utilizou o desafio para encarar sua segunda prova do circuito 4Deserts, a Sahara Race 2008, e várias equipes de revezamento.
Dean teve problemas de estômago durante o desafio, mas segundo ele mesmo "fez o máximo que pôde", terminando as 24hs com 192km.
Sunday 9h00am, it´s finished the 24 hours in Treadmill Mercovida´s Challenge, one of the first races of their kind in Brazil. I spoke with the organizers, which bring the american ultramarathon Dean Karnazes to the race, and it´s obvious that this kind of event has a tremendous media and audience appeal.
Dean came to try break the 24hs treadmill´s world record, which belongs to the brazilian Luciano Prado (249,64km). Running along with Dean there was Carlos Dias, which used the challenge as a training to Sahara Race 2008, and lots of relay teams.
Dean had stomach problems during the challenge, but accordingly himself, "did the maximum effort", finishing the 24hs with 192km.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Os melhores da Última Semana / Last Weekend´s Award

No último final de semana Henrique Jacob enfrentou seu maior desafio, na Spartathlon. Conforme me falou por email, ele correu até o km 74 onde achou melhor sair da prova. Suas maiores dificuldades foram o percurso e o clima. Ainda segundo Henrique a prova é muito mais dura do que ele imaginava e seré preciso treinar muito para completá-la. Grande Henrique, estou contigo meu irmão. Cabeça erguida e pé na estrada. Treinar é o que a gente faz!!!
Valmir Nunes tambem não conseguiu completar a prova este ano e o título foi novamente para o impressionante Scott Jurek, que bateu seu record pessoal e tem o quinto melhor tempo: 22h20min.
Mas o final de semana estava mesmo era pra Jarom Thurston. Jarom completou a TheBear100, prova pauleira nas montanhas de Utah. Jarom estava correndo pra fechar as 100 milhas em 28 horas quando começou a sentir o estômago. Quem já correu com nausea sabe como isso destrói uma corrida. Jarom parou, descansou e conseguiu completar a TheBear100 em 34h40min, levando a fivela pra casa.
Last weekend, Henrique Jacob face his greatest challenge so far at Spartathlon. According his words by email to me, he ran till 74km and dropped out. His difficulties were the course and the weather. Henrique told me that the race is harder than he imagined and it would necessaire a long training to finish it. My big fella Henrique, You Bet Brother, and you can count on me. Head up high and on the road. Training is all we do, day by day!!!
Valmir Nunes also dropped the Spartathlon and the award came to the amazing Scott Jurek, which broke his personal record (he has the 5th best time overall): 22h20min. But this weekend award goes to Jarom Thurston. Jarom finished TheBear100, hardcore race at Utah mountains. Jarom was running to finish the 100 miles in 28 hours when he got sick (stomach problems). Who had ran with nausea knows how it ruins the race entirely, right? Jarom stopped, rested and got the buckle finishing 100miles in 34h40 minutes.
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